Impureza de Personalidade

Medo de perder lhe tira a vontade de ganhar?Admiração? Respeito? Superioridade do Adversário?  O Que aconteceu ao Santos? 

Foto: Portal Uol

Prefácio:  Antes de ler esse post, recomendo a leitura do post de ontem(18/12),”Os atentados civís viraram showmicio",com a autoria do Guilherme Lucio. Ele exprime a opinião dele sobre o jogo Santos X Barcelona,deixarei abaixo a minha. Lendo os dois, é possível fazer uma boa discussão.Espero que gostem.

Por Paulo Vitor

“O Santos não foi  o Santos”. Essa frase resume todo o post de Barcelona 4 x 0 Santos,pelo Mundial Interclubes.Portanto, se quiser parar de ler,fique a vontade. Caso persista,fiel leitor, siga em frente,e se prepare.

Após o apito inicial, os primeiros minutos de jogo foram uma prévia do que estava por vir: Jogo de um time só. E assim o foi: Santos sem atacar, dando chutão pra frente,afastando a bola da defesa. Não demorou para acontecer o inevitável: Barcelona abre o placar com um belo gol de Lionel Messi. Não demorou muito, saiu o segundo, de Xavi. E antes do primeiro tempo acabar, o terceiro já contava no placar, pelos pés de Fabregas.

Afinal de contas, onde estava Ganso,Neymar? O que faria Muricy? Nada. Sumidos. Envolvidos pela sensação de estarem jogando contra seus ídolos, contra jogadores personificados até então do vídeo-game. A solidariedade santista ao ver um jogador do time catalão em campo expunha o respeito,a admiração. Admiração demais. Admiração esta, que impediu Neymar,Ganso, o TIME, de jogarem. Atribuído isso á retranca falha do Muricy, somado com a perfeição de marcação do Barcelona, os fizeram sumir do jogo.Completamente.

Segundo Tempo.Tudo ou nada,era o que restava á equipe brasileira. E o fez. Jogou bem melhor do que comparado a vergonha de outrora. Foi ao ataque,criou chances,chutou ao gol. Jogou sem medo,sem respeito, sem camaradagem. Foi o Santos que se esperava,desde o primeiro segundo de jogo.Me arrisco a dizer que, se jogasse assim desde o começo, o resultado seria outro.Mesmo  tomando mais um gol de Messi, os 45 minutos finais foi digno de uma Final.

De uma forma geral, destacaram-se Rafael,Dracena e Bruno Rodrigo.Ambos os três não se esconderam, foram ao jogo,ao combate,ao contato.Jogaram.O primeiro,pelas defesas no decorrer de todo a partida. O Segundo e terceiro, pela raça, pelo destaque de não se intimidar frente ao adversário. Nesse quesito, o Léo também pode ser incluído. Durval, Ganso,Neymar,estavam irreconhecíveis.

Obviamente, não sou hipócrita: há de se destacar os méritos da equipe de Messi e Cia, sua marcação impecável, sua facilidade ao jogar,sua genialidade em um espaço pequeno. Isso era esperado por parte do Barcelona; o que não se esperava era a (falta de) atitude de seu adversário e suas jovens estrelas no primeiro tempo.

Jovens. Talvez essa seja a resposta. Não a resposta de outra pergunta,que já é clássica: “Como parar o Barcelona?”. Mas quem sabe, a resposta da superação de seus ídolos. Quando se tem potencial, essa é a tendência. Ganso,Neymar,entre outros,claro,o tem.Podem faze-lo. Não foi nesse ano, mas que o dirá no futuro? O Momento de admiração passou, ao ver o futebol praticado por seus “mentores” de perto. Agora, vêm o aprendizado,a lidar com a Pressão,com o  nervosismo,a experiência, a pratica. Momentos ruins apresentam essa vantagem,ainda mais quando de perto. Que se possa crescer,então.

Que o Neymar jogue o futebol de Neymar. Que Ganso, faça os passes a lá Ganso.Santos... seja o Santos. Puramente, o Santos.